Frequentemente, na mídia convencional brasileira, vemos novas notícias sobre o efeito “terapêutico” da “maconha medicinal”. No entanto, o que devemos observar é: o que é verdade e o que é ideologia? O que está por trás de tudo isso? O que a mídia não quer que você saiba? E qual a finalidade financeira e política que o lobby da maconha esconde? O que aconteceria se a maconha fosse totalmente legalizada no Brasil? E o que podemos aprender com exemplos internacionais dessa legalização?
Fique comigo na leitura desse artigo e aprenda mais sobre esse tema tão polêmico, respondendo as perguntas acima.
Um breve panorama sobre a propagação do uso da erva.
Na déc. de 60, a forma como a sociedade americana enxergava a maconha, foi vertiginosamente alterada. Em 1969, no festival Woodstock, a propaganda da contracultura criara raízes em solo americano e foi dada a largada para romper com os valores tradicionais, aplicando os ensinamentos do marxismo cultural.
No começo da déc. de 70, cerca de 20% da população americana já era usuária da droga, tendo-a como parte integrante da sociedade. O lobby da maconha se tornara cada vez mais atuante e seus apologistas defendem que a droga não é um sinônimo de criminalidade e que a erva não pode ser tratada como uma porta de entrada para as drogas mais pesadas. Por fim, seus defensores argumentam que regular a maconha vai acabar com o tráfico, com o crime e também vai diminuir a taxa de consumo da sociedade.
Agora, vamos aos fatos e números. Pois contra fatos, não há argumentos.
As alegações aqui citadas, baseiam-se em estudos e no livro “Os sete mitos da legalização da maconha”, do sociólogo Kevin Sabet. Ele é uma das referências mundiais no assunto, que mora em Colorado, Estados Unidos. Outro grande nome nesse tema é o Dr. Ronaldo Laranjeira, que possui inúmeros estudos, artigos e palestras.
O dr. Ronaldo Laranjeira fez o LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas – 2012) que é um estudo sobre o universo da maconha em nosso país. Nesse estudo, foi apontado que as mulheres que utilizam a droga, são as mais vulneráveis a um quadro depressivo. Ou seja, as pessoas usam a maconha como automedicação para depressão, mas com o passar do tempo, o “medicamento” gera uma piora do quadro clínico.

O primeiro mito a ser desvendado é o de que a maconha é inofensiva. No levantamento feito pelo LENAD podemos observar que cerca de 1/3 dos usuários da maconha apresentam algum grau de dependência. Nesse estudo foram feitas perguntas aos adultos e adolescentes, dentre as quais:
- Já achou que o uso estava fora de controle? 41% dos adultos disseram que sim e 18% dos adolescentes disseram que sim (a adolescência nos faz pensar que estamos no controle de tudo. Acredite, eu já fui adolescente.)
- Já ficou ansioso ou preocupado com a ideia de não ter maconha? 36% dos adultos asseguram que sim e 23% dos adolescentes afirmam que também já se sentiram ansiosos e preocupados com a possibilidade de não ter a maconha.
- Já se preocupou com o uso da maconha? 55% dos adultos afirmam que sim e 48% dos adolescentes confirmam essa preocupação.
- Já quis parar? Essa pergunta teve uma resposta muito curiosa. 77% dos adultos confessaram que já quiseram parar e não conseguiram – e 70% dos adolescentes também confessaram seu desejo em parar o uso da droga.
- Acha difícil ficar sem a maconha? 54% dos adultos disseram que sim e 31% dos adolescentes também disseram que sim.
Atentem-se, pois o potencial de dependência da Cannabis é bastante significativo! É uma utopia achar que a droga não traz dependência e destrói vidas.
Baseado em uma das melhores evidências científicas disponíveis sobre o assunto, vamos observar o que a publicação do The New England Journal of Medicine relata sobre os efeitos adversos da droga, a curto e longo prazo.
Os efeitos a curto prazo são:
- A memória de curto prazo é altamente afetada.
- Prejuízo na coordenação motora, por exemplo, dirigir e operar máquinas.
- Alteração do julgamento. Ou seja, a pessoa tem comportamentos – que normalmente ela não teria. A pessoa se expõe a situações constrangedoras, comportamento sexual de risco e por aí vai. Isso tudo causado pelo prejuízo do julgamento comportamental afetado pelo uso da cannabis.
- O uso da droga também causa esquizofrenia.

Os efeitos a longo prazo são:
- A dependência da droga.
- Alteração do desenvolvimento do cérebro.
- Prejuízos educacionais.
- Menos satisfação na caminhada da vida e menos alcance de suas metas pessoais. O que os americanos chamam de “Diminished life satisfaction and achievement”.
- Bronquite crônica.
- Psicose crônica.

O tão famoso lobby da maconha envolve vários riscos à saúde e, em grande parte, interesses financeiros e ideológicos por conta de uma agenda política. Se trata de uma campanha muito bem empenhada e financiada por bilionários. Como diz o apologista da maconha:
“Maconha medicinal é usada como disfarce para dar um bom nome à maconha.” (Keith Stroup)
Para os defensores da descriminalização da droga, os fatos reais não importam, contanto que a narrativa seja bem contada e sua agenda política/ideológica seja disseminada.
Na segunda parte desse artigo, abordaremos a situação dos países em que a droga foi liberada e o que podemos aprender com esses exemplos.
Citações e conteúdos para pesquisa:
https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMra1402309
https://inpad.org.br/wp-content/uploads/2014/03/Lenad-II-Relat%C3%B3rio.pdf