Economia e Política na Cosmovisão Cristã é um livro que orienta e mostra como deve ser o comportamento de um político, bem como devem ser tratadas as questões políticas de uma sociedade, segundo o que a Bíblia mostra clara e objetivamente.
No primeiro capítulo, o autor Wayne Grudem apresenta cinco ideias equivocadas e bem comuns que os cristãos e as igrejas possuem a respeito da política na cosmovisão cristã. São elas:
- O governo deve impor a religião.
- O governo deve excluir a religião.
- Todo o governo é perverso e demoníaco.
- Dedique-se à evangelização e não à política.
- Dedique-se à política e não à evangelização.
O autor analisa cada uma dessas ideias demonstrando suas falhas e o motivo de serem equivocadas – baseando-se biblicamente e em exemplos da história do cristianismo que refutam essas concepções.
“Sem a influência cristã, os governos não terão uma clara bússola moral.” (Pag. 46)
No segundo capítulo, Grudem aborda o papel do governo na regulação do mercado e desigualdade econômica defendendo o posicionamento de uma economia de livre mercado. Através de textos bíblicos o autor expõe suas concepções que acredita ser apontamentos de advertência contra os governos que tomam para si o que por direito legítimo pertence às pessoas, ensinando que a propriedade destes bens é, em geral, individual e não do Estado.
A definição de livre mercado para Wayne Grudem é: “Processo extraordinário concedido por Deus nas sociedades humanas, por meio da qual, em cada época, os bens e serviços produzidos pela sociedade (oferta) se adaptam de modo constante e exato aos bens e serviços desejados por ela (demanda) e por meio da qual a sociedade atribui um valor mensurável a cada bem e serviço. Isso ocorre totalmente por meio das escolhas livres de cada pessoa na sociedade, e não por meio do controle governamental. Porém esse processo precisa de alguma regulação do governo para evitar procedimentos errados, como roubo, fraude e quebra de contratos.” (Pag. 51)
No terceiro capítulo o autor responde o questionamento sobre o cristão participar de protestos públicos e tentativas de mudar o governo em situações específicas. E baseando-se tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, Wayne Grudem ressalta que homens e mulheres tementes a Deus, desobedeceram às autoridades governamentais em submissão ao Senhor.
“Os protestos não são, necessariamente, destituídos de espiritualidade, tampouco negam a soberania de Deus nos eventos terrenos, pois reconhecem que a soberania divina muita vezes opera POR MEIO DE ações humanas para realizar mudanças, reconhecendo também que a ação eficaz do homem é totalmente compatível com uma grande fé para crer que Deus atuará por meio de nossas ações, incluindo aquelas cujo propósito é influenciar as políticas de governo.” (pág. 64)
Observe o que está escrito em Romanos 13:1,2 – “Todos devem sujeitar-se às autoridades do governo, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram ordenadas por ele. Por isso, quem recusa sujeitar-se à autoridade opõe-se à ordem de Deus.”
Daí a necessidade dos cristãos se manifestarem influenciando a política e o governo ao lembrarem os governantes de sua responsabilidade perante o Deus que lhes conferiu o poder político.
No quarto capítulo os autores Barry Asmus e Wayne Grudem abordam a questão sobre os direitos de propriedade inerentes ao oitavo mandamento que são necessários para a prosperidade humana.
Ou seja, o direito à propriedade privada implica certas responsabilidades em quanto seres humanos individuais e seres humanos inseridos em um contexto social – visto que somos administradores de bens que, em última instância, pertencem ao próprio Deus (baseado no conhecimento bíblico que se encontra em Salmos 24.1-10).
“A administração fiel do que Deus nos confia exige o uso sábio de TODOS os nossos bens, tempo, talentos e oportunidades.” (Pag. 87)
No quinto e último capítulo, os autores expõem as cinco mais importantes convenções que podem estar em risco, caso a sociedade abandone a cosmovisão cristã. São elas:
- Arriscamos perder a crença de que somos moralmente responsáveis perante Deus.
- Arriscamos perder a crença na bondade moral dos negócios.
- Corremos o risco de perder a crença na bondade da propriedade privada.
- Corremos o risco de perder a crença na bondade moral do trabalho produtivo.
- Corremos o risco de perder uma concepção do tempo e da história plenos de esperança.
Mediante a leitura desse livro tenho a total convicção que os cristãos (independente de qualquer credo denominacional) devem influenciar e atuar na esfera governamental/política conforme os princípios orientadores das Sagradas Escrituras a fim de que possamos contribuir para a paz, justiça e o crescimento na sociedade em que vivemos.