RESUMO DO LIVRO: BRASIL POLIFÔNICO (OS EVANGÉLICOS E AS ESTRUTURAS DE PODER)

A obra “BRASIL POLIFÔNICO – Os Evangélicos e as Estruturas de Poder” escrito pelo autor Davi Lago, é de suma importância para entendermos como as influências que a tradição judaico-cristã e a Reforma Protestante oferecem uma estrutura jurídica e política ocidental.

Em seu livro, o autor organiza e respalda seus argumentos nos fundamentos conceituais de Estado Democrático de Direito, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e Liberdade Religiosa – bem como, os acontecimentos históricos que condizem e influenciam uma sociedade para a busca (ou não) de uma VERDADEIRA DEMOCRACIA.

Já no primeiro capítulo lemos: “A voz evangélica é agora incontornável na arena pública nacional. Por um lado, os projetos políticos nacionais não podem mais ser pensados e realizados ignorando o grupo religioso ao qual pertence um terço dos brasileiros. Por outro lado, as comunidades evangélicas não podem mais agir como se o país não importasse ou se comportar como se fossem as minorias de tempos passados. É HORA DE ASSUMIR RESPONSABILIDADES.” (Pág. 33 e 34).

“[…] os evangélicos não mais podem se comportar como se o Brasil não lhes dissesse respeito e as elites brasileiras não podem mais fazer uma leitura infantil do protestantismo.” (Pág. 34)

Sabemos que, atualmente, os evangélicos têm grande peso no cenário nacional. Da mesma forma, precisamos ter um claro entendimento das reais bases jurídicas, filosóficas e sociológicas que fundamentam nossa estrutura civilizacional. Tal conhecimento se faz necessário para que o debate político não fique a mercê de falácias Ideológicas e oportunistas, polarizações que não levam a lugar algum e por fim, porém não menos importante, a mercê de demagogos com projetos obscuros de poder.

O autor também relata sobre a influência exercida por uma mídia parcial e totalmente desvinculada do seu verdadeiro e primordial objetivo, que é o de informar a população e não DESINFORMAR a mesma. Presenciamos uma mídia que fragmenta o conhecimento, deturpa a verdade e manipula a informação, ou seja, que nos esconde a verdade.

No decorrer da leitura, o autor cita alguns versículos bíblicos, dentre eles:
Mateus 22:2 “Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” e Romanos 13:7 “Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” – sedimentando, então, sua afirmação acerca do nascimento do Estado laico no cristianismo. E a partir de sólidos argumentos, ele traça uma linha do tempo – contextualizando historicamente – como a fé cristã contribuiu para o estabelecimento da laicidade do Estado.

De forma brilhante, o autor começa a expor os projetos que, através de marcos históricos – desde o iluminismo, passando pelo marxismo e atualmente os projetos que representam as “coletividades” – têm influenciado de maneira contundente em nossa sociedade.

No capítulo 6, intitulado como: “Fé, Razão e Diálogo” – Davi Lago nos mostra a relação e a importância desses três elementos na condução do debate político e na identificação de projetos de poder, que podem acabar com a democracia de uma nação. Visto que, está em nossas mãos o poder de decidir quem serão nossos governantes.

“Além de cobrarmos honestidade dos políticos, é necessário cobrarmos honestidade intelectual de nós mesmos.” (Pág. 147)

Para finalizar, entendemos que não há separação entre atividade política e pessoas que professam um credo religioso. Nenhum cidadão pode ter seus direitos civis e políticos castrados ou cerceados pelo fato de ser religioso e, de igual maneira, nenhum cidadão pode ser discriminado em razão da sua crença religiosa. E diante do complexo tecido social, no qual vivemos, a laicidade do Estado e a liberdade religiosa constituem a base essencial para os debates racionais e produtivos. 

Sara Matsuda

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